quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Poema de Lawrence Ferlinghetti do livro " Um parque de diversões da cabeça":


Em toda minha vida jamais deitei com a beleza
confidenciando a mim mesmo
seus encantos exuberantes



Jamais deitei com a beleza em toda a minha vida
e tampouco menti junto a ela
confidenciando a mim mesmo
como a beleza jamais morre
mas jaz afastada
entre os aborígines
da arte
e paira muito acima dos campos de batalha
do amor


Ela está acima disto tudo
oh sim
está sentada no mais seleto dos
bancos do templo
Lá onde os diretores de arte encontram-se
para escolher o que há de ficar eterno
E eles sim deitaram-se com a beleza
suas vidas inteiras
E deliciaram-se com ambrosia
e sorveram os vinhos do Paraíso
Portanto sabem com precisão
como algo belo é uma jóia
rara rara
e como nunca nunca
poderá desvanecer-se
num investimento sem tostão

Oh não jamais deitei
em regaçosda beleza como esses
receoso de levantar-me à noite
com medo de perder de alguma forma
algum movimento que a beleza pudesse esboçar

No entanto dormi com a beleza
da minha própria e bizarra maneira
e aprontei uma ou duas cenas muito loucas
com a beleza em minha cama
e daí transbordouum poema ou dois
e daí transbordou um poema ou dois
para esse mundo que parece o de Bosch.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

BREVE, LEITORES FANTASMAS OU IMAGINATIVOS, ROTEIRO FRESCO ....EEE...AHM...É.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Tirado de " Visions of Cody" de Jack Kerouac


HIPSTER,SOPA, Não ganhou pão porque normalmente ele é tão magro que não dá para absorver-- Só sopa-- Alto, Magro, Cabelo escuro comprido quase um coque atrás-- Mexe a sopa tranquilo, Experimenta a temperatura , Lança um olhar de desprezo ao redor , Dá um sobressalto-- Ainda soprando-- Vestindo ( Agora realmente concentrado em comer , Tudo o que precisa é de um pouco de sopa) Um terno com lapela de corte elegante e uma camisa pólo amarelasem gravata-- Óculos com armação de chifre, Bigode -- a curiosidadedele mal disfarçada em um olhar sofisticado, de esguelha sabe-- Um cara sentado na frente dele, ele lança um olhar frio no rosto, o outro não estáentão ele aproveita para examinar umpouco mais a sangue-frio-- os modos à mesa irrepreensíveis-- agora ele está interessado nos caras abrem o jornal de cabeça pra baixo na mesa-- olhar por cima duma ombreira para perceber a origem do barulho e das vozes-- se limpa com o guardanapo segurando cheio de melindres com as duas mãos-- agora ele acende um cigarro , ao entrar ele jogou o pacote amarrotado ( com desprezo) em cima da mesa antes de tirar o casacãode inverno hipster-- agora ele acabou,só veio para comer, se esquentar um pouco, veste o casaco,vai saindo-- põe a mão no bolso da calça com aquele gesto inominável que os homens de sobretudo fazem quando põem a mão no bolso assim-- cabelo brilhoso-- para a Eighth Avenue.
Agora o lugar dele sem saber quem esteve ali antes, com a pobre história perdida, está uma morena bonita com olhos violeta e um casaco roxo esvoaçante-- tira ele como uma stripper , pendura no gancho(volta) e começa a comer com fome delicada e patética a refeiçao quente -- absorta nos pensamentos enquanto mastiga-- usando a gola branca drapejada por cima do material preto e três pingentes, pérolas;boca linda; ela de assoar o nariz cheia de polidez com um guardanapo ; tem um jeito particular triste , ao menos é o que parece, de tomar consciência da própria existência formal dela assim como a dos observadores educados e sociais da cantina que ela está imaginando, de outro modo para que o gesto ainda que legítimo. Ela deu uma dentada no garfo e DAÍ e como ela ia EXPLODIR!Lambeu a lateral com um movimento furtivo e prazenteiro , os olhos à espreita para ver se alguêm ia perceber--à medida que a fome se aplaca ela vai perdendo o interesse nos modos exteriores , come mais depressa, sente uma confusão mais triste consigo mesma em relação á borda e à consciênciade sua buceta que está no colo dela enquanto fica lá sentada--
Ela parte o meu coração em X. e todas as mulheres que tive me partiram o coração(só de olhar para ela)--è por isso que as mulheres não são nada práticas--Agora ,enquanto digo essas coisas grandiosas e graves , ela se vira e olha um oficial da marinha sair com um interesse flertativo descarado mas ele não deu bola, simplesmente abanou o casaco como Annapolis ou um manto e saiu, e ela ficou olhando de qualquer jeito como se para beneficiar as outras garotas VENDO ELA CURTIR UM CARA, como se ela estivesse no wacs ou fizesse piadinhas sobre a escassez de homens "disponíveis" quando todos os homens bons como eu espiam as almas delas assim sem que elas percebam haha-Uma mulher feia está sentada na frente dela;minha garota está de saco cheio, olha para o nada, ajeita o cabelo, distraída-- O nariz dela tem aquela curvaturazinha interessante que destaca a parte gorduchinha das bochechas em forma de pêra e a melancolia indígena ou a feminilidade semítica--os dedos dela são afilados,afilados e muito magros e frágeis e aposto que frios --coração quente sem dúvida--Agora,depois de acabar,ela fica mais um pouco para olhar ao redor , vira o rosto para ver,tosse,passa a mão no queixo,fica totalmente em outra como se montada num cacete e o mesmo que se estivesse ao sol lavando roupa-- com aquela ATENÇÃO ÁVIDA de passarinho em relação as coisas ,às coisas relativas à compreensão feminina especial-- mas de repente ela se afoga em tristeza olhando pro espelho,para ela mesma e também para o espaço--mas se interrompe,volteia a cabeça para ver as pessoas ,os casais, homens e mulheres(sempre interessada exclusivamente na postura do homem com um casaco grande e orgulhoso na entrada de inverno e na aceitação da mulher e na ostentação daquilo tudo na cantina com dignidades de passarinho e conhecimento e cuidados consigo mesma enquanto o homem sonha seu próprio sonho de si mesmo com um sorriso satisfeito) e além disso ela percebe nesse exato momento o brilho do tampo da mesa em látex preto com inúmeros arranhões microscópicos mas na verdade ela está pensando em alguma coisa que eu nunca vou saber , já que eu estava na Catedral quando o que ela está pensando provavelmente aconteceu.Ela fica um bom tempo para uma garota--esperando?--com frio?--triste,sozinha?--não tenho como ajudar ela ,fui condenado a essa observação universal--e a uma ou duas putas--com a cabeça abaixada uma pureza inexpremível surge no rosto dela , como uma jovem princesa Margaret Rose,e a beleza, uma beleza de garota com olhinhos puxados e frescor nas bochechas e rosilábios cintilantes--ela está lendo um livro de biblioteca!e suspirando!-- um frescor que emana dos lábios castamente comprimidos dela e aureado a partir da ternura do pescoço logo abaixo da orelha da fronte frágil branca delicada impressionável fria que nunca vai saber o que são suores selvagens , só gotículas de alegria--enquanto lê ela acaricia os sulcos no rosto que vão do nariz à boca nos dois lados aplicando duas pontas dos dedos ao mesmo tempo e realmente ela está curtindo o próprio rosto e a própria beleza como eu--vira a página com o minguinho,tao afilado,ridiculamente distante--o livro é da Modern Library!--então ela não deve ser uma datilógrafa estúpida que fica lendo os mais vendidos do mês mas quem sabe uma garota hip intelectual do Brooklyn esperando que Terry Gibbs apareça e leve ela para o Birdland. Ela ia se derreter por mim em dois minutos,sei só de olhar para ela.Um casal judeu horrendo de meia-idade agora sentado com ela--como amonóides invasores.E agora ela sai--com beleza,simplicidade.Já não sinto vontade de chorar e morrer e me descabelar quando vejo ela sair porque tudo se afasta de mim desse jeito agora--garotas,visões,tudo,do mesmo jeito e para sempre e eu aceito a perda para sempre.
Tudo me pertence porque eu sou pobre.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

PT.1: " Uma ode"

Salve a tinta
Salve o lápis
Salve a imortalização de idéias e rascunhos,
O desespero calado
Salve as pessoas que
nunca lhe escutaram
Salve o café e o cigarro entre o livro
Salve a sensibilidade
na vida e a tristeza
sempre triunfante e a
Felicidade
pois

O canto após a arte .
Salve o blues man e seu solitário piano
Salve a rebeldia e ae palavra

NAO!!!

que situa-se na mente do grande artista da vida
Salve os instáveis
Salve os perdidos.


PT. 2: " mY cITY"

Vocês não querem nada?
Seguir marcas na areia para nao se perder, é sua filosofia de vida?
Não sei o que quero meus pés andam ao lado de suas marcas feitas mas meus olhos estãopara além. Não ligo se tropeçar por não olhar para baixo. Tenho em todo meu enorme coração a fé de que meu caminho esta além................................

Parece que nínguem quer nada,porra!!!! Não querem sonhos mas sim uma tv enorme para assistir novela...........

Avidaestámorta
Aaaaaaaaaah, Que dia cinzento!

" As casinhas da estrada para Bertioga"

Eu ainda me lembro. Indo para Bertioga à noite de carro passando por vilarejosda estrada, Casinhas velhas estilo barraco pela paisagem tão escura e solitária. Ainda me lembro de me sentir tão só em meus pensamentos olhando as pessoas das casas que passavam depressa como as linhas brancas que dividem a estrada. Pessoas jogando pôquer sob uma lâmpada que transformava-se em um halo salvador abraçando aquelas poucas pessoas como a amável mãe protegendo protegendo seus filhos da escuridão vazia. Pessoas sentadas olhando para a estrada ou apenas para sua frente, Pessoas conversando e imagino elas se possuem algum dente. Bares-butecos que mesmo estando longe conseguia imaginar o cheiro fétido de vômito pela entrada, Um lugar sujo, Deprimente que uma pessoa de fora ao entrar para beber desiste e acaba bebendo algo sem álcool para não acabar como um bêbado "daquele" bar.
Ainda me lembro como uma criança medrosa, Com medo do monstruoso gigante mundode não querer nunca sair da minha cidade ou casa, A sensação de nunca conseguir cortar o cordão umbilical. Havia acabado de sair de casa e queria voltar para meu berço de todo conhecido.
O silêncio gritava dentro do carro, Tudo que fazia do lado da janela era olhar por ela em uma agonizânte solidão que como todas as vêzes é melhor mantê-la comigo pois seja o que for não haverá salvação. Se alguém falar comigo abro um sorriso.

sábado, 12 de junho de 2010

" Uma conferência: O vômito do gato. "


Persuadi no vômito do gato à minha frente!, Cheguei com olhos enojados pelo tal cocktél reverterioso e nem me dei ao trabalho de limpar. A primeira semana cheirava mau mas apenas quando se pensava ou simplesmente olhava sem querer, Mas foi logo ao acompanhar o deterioramentodo cadáver gosmênto que o interesse foi aumentando em cada dia á sua olhada.

Hoje,( Já faz uns 2 anos) já faz umas 2 semanas. Junto com os pêlos do mofo acho, nasceu algo parecido com queijo ricota.

Não acabou...
Continuemosassistindo a deterioração...